contact
Test Drive Blog
twitter
rss feed
blog entries
log in

segunda-feira, 29 de março de 2010

Um velho marinheiro contou-me uma antiga lenda dos mares...

Um certo capitão, chamado El Negro, perdera um dos olhos após um pacto com uma feiticeira de asas rubras. “O mais devastador dos sentimentos pelos olhos da face”, este fora o acordo. O capitão encontrou o amor no sorriso de uma mulher com pés de bailarina. Porém, ao pagar a feiticeira com apenas um dos olhos, perdeu o amor e o direito de liberdade em solo.

Dentro de um navio em alto mar, ele comanda uma tripulação de homens cegos, cujos olhos foram costurados para que não soubessem a posição e o destino da embarcação. No mar, o capitão deixou o vento levá-lo por rotas diversas e manteve-se perdido para encontrar o que não poderia ser encontrado. Porém ele encontrou. E assim, aprendeu a domar o vento e fazer dele seu aliado.

Toda vez que ele decide visitar algum vilarejo em terra firme, o vento muda sua direção. O clima entristece-se, as flores murcham e uma névoa vermelha cobre o vilarejo antes da atracação. O que sobra é um rastro de sangue pelas ruas, avistado após a névoa ser desfeita no ar.

El Negro continuará devastando tudo que encontrar, até que encontre os pés de bailarina que devastaram seu coração.

0
sábado, 13 de março de 2010

Esta foi a primeira carta que encontrei em uma praia de Vitória - ES...

"Caro leitor de papeis em garrafas,

Dia desses encontrei uma fadinha nada modesta, pedi um feitiço e ela me cobrou os olhos da cara. Tentei negociar meus braços, pernas, o nariz, o queixo, minha mãe mas ela estava irredutível. Dizia que para o tipo de feitiço que eu queria o único pagamento aceitável era meu par de olhos, afinal os mesmos ficariam inúteis depois do feitiço.

Convencido, porém desconfiado, paguei adiantado com um olho e o outro viria depois do resultado prático. Ela aceitou e logo tratou de pronunciar as palavras mágicas e bater a tal varinha na minha cabeça. Então ela sumiu, e nada aconteceu. Pelo menos até virar a primeira esquina e dar de cara com ela. Cabelos loiros, pequenina, sorriso estonteante e falar empolgante. Três encontros e eu estava completamente apaixonado.

Então a fadinha voltou para exigir a outra parte do pagamento, o olho restante. Eu desconversei, tentei negociar, mas a tal fadinha era teimosa e nao aceitava nada em pagamento, somente o tal olho. Como eu iria enxergar? Como iria ver meu amor? Como iria acertar o buraco? Nada a comovia, ficava apenas me olhando com aquela cara angelical e com a maozinha esticada para eu colocar o tal olho.

Virei de costas, peguei uma bolinha de gude no meu bolso e coloquei na mão da fadinha, ao mesmo tempo que saia em disparada. Meu plano era simples. Pego meu amor, entramos em um navio e fugimos em alto mar. Tinha visto no National Geographic que as fadas nao conseguem voar sobre a água, isso devido ao reflexo delas na água causarem um efeito que paralisava suas asas. O plano era perfeito, exceto por um detalhe. A fadinha tinha asas e chegou na casa do meu amor antes de mim, sequestrou-a e enviou-a para o outro lado do oceano.

O ávido leitor deve ter pensado o mesmo que eu naquele momento. Pego um barco e navego até o outro lado do oceano e recupero meu amor, certo? Errado. Primeiro por que não conhecia nada de barcos, segundo por que a falta de um olho me impediu de me alistar na marinha e terceiro por que não sei nadar. A opção foi roubar um barco, e após 3 tentativas frustradas consegui roubar um barco a vela, a melhor opção segundo um velho vigia de barcos para a minha aventura além mar.

O complexo agora era fazer com que o vento soprasse na direção certa, batalha que travo até os dias de hoje. O navio sequestrado tinha uma inscrição na lateral, "o amor é cego". Ainda pensei que isso tivesse algum significado, mas procurei me focar na batalha terrivel das próximas semanas em convencer o vento a soprar na direção correta.

Se tiver alguma dica, manda-a através do vento.

Abraços engarrafados.

El Negro"

3

Quem sou eu?


Eu encontrei algumas cartas dentro de garrafas esquecidas por ai, aparentemente de um desconhecido pirata em alto mar. Mal eu sabia que minha viagem estava apenas começando...


Followers